quarta-feira, 15 de junho de 2016

05 de Junho de 1947


É anunciado o Plano Marshall



No dia 5 de Junho de 1947, o secretário de Estado dos EUA, George Marshall, anunciou a ajuda à Europa do pós-guerra. O ponto central do Plano Marshall era a reconstrução da economia e o combate à fome e à pobreza. As rações de pão, de uma fina fatia por dia, eram constrangedoras, anunciava o jornal londrino *News Chronicle,* a partir do Estado alemão da Renânia do Norte-Vestefália. Sindicatos da capital estadual, Düsseldorf, advertiam para distúrbios. Havia protestos e greves não só na zona britânica da Alemanha então dividida, mas também na região ocupada pelos norte-americanos. A catástrofe de fome ameaçava afundar grande parte da Alemanha numa crise, em meados de 1947.
Também por causa do Inverno, que havia sido especialmente rigoroso, a imprensa apresentava manchetes, diariamente, sobre famintos. As cidades maiores, como Berlim e Hamburgo, anunciavam o colapso das suas reservas económicas e morais.
Na região industrial do Ruhr, no oeste da Alemanha, zona ocupada pelo Reino Unido, lorde Francis A. Pakenham observava a miséria pessoalmente. Ele disse ao ministro da Agricultura, Heinrich Lübke, que mais tarde se tornou presidente da Alemanha: "O senhor sabe que os marinheiros estão aí para o transporte de cereais, os navios estão aí e os famintos também. O que falta são as pessoas certas no lugar certo, com o poder na mão".
Um homem no posto certo em Washington usou este poder: George Catlett Marshall, ex-responsável pela maquinaria de guerra dos Estados Unidos e então secretário de Estado. Com um discurso memorável, no dia 5 de Junho de 1947, na Universidade de Harvard, em Nova Iorque, ele delineou a política de estabilização e fortalecimento das forças de resistência económica e politica dos países da Europa Ocidental.
"A política dos Estados Unidos não é dirigida contra um país ou uma ideologia", esclareceu Marshall, "mas contra a fome, a pobreza, o desespero e o caos." E acrescentou: "Quem tentar bloquear a reconstrução de outros países não pode esperar ajuda". Ele referia-se ao bloco comunista do Leste Europeu.
 A partir daí, a ajuda financiada pelo Plano Marshall não aconteceu apenas na Alemanha. Até 1952, outros países europeus ocidentais necessitados receberam adubo, matérias-primas, combustíveis, máquinas e medicamentos no valor aproximado de 13 biliões de dólares.


    



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