12 de Junho de 1875
A figura do Zé Povinho, criada por Rafael Bordalo Pinheiro
O
Zé Povinho" é uma das mais conhecidas personagens criadas por
Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905). Confunde-se com o povo português
amplificando todos os seus defeitos e virtudes. Criado há mais de
cem anos o Zé continua a ser nosso contemporâneo.
Raphael
Bordallo Pinheiro (na grafia original) foi caricaturista, ilustrador,
ceramista, decorador, editor e criador de uma das personagens que
melhor personifica o ser português: o Zé Povinho.
A
personagem nasceu em 1875 e passou a surgir com frequência nas
vinhetas publicadas por Bordalo Pinheiro nas diversas publicações
que editou ou onde colaborou. Surgiu pela primeira vez na 5ª edição
do periódico "A Lanterna Mágica", a 12 de
Junho de 1875, na charge intitulada "Calendário
Portuguez", alusiva aos impostos, onde se representa o
então Ministro da Fazenda, Serpa Pimentel, a sacar ao Zé
Povinho uma esmola de três tostões para Santo
António de Lisboa (representado por Fontes Pereira de
Melo) com o "menino" (D. Luís I) ao colo, tendo ao lado o
comandante da Guarda Municipal, de chicote na mão,
presente para prevenir uma eventual resistência. Nas edições
seguintes do periódico, a caricatura do Zé Povinho
continuou a surgir com o personagem de boca aberta e a não intervir,
resignado perante a corrupção e a injustiça, ajoelhado pela carga
dos impostos e ignorante das grandes questões do país.
Tomou
forma tridimensional, popularizando-se com a cerâmica da Fábrica
de Faianças das Caldas da Rainha, a partir do último quartel
do século XIX.
O
“Zé” foi assumindo a personalidade do povo, mas também as
críticas ao sistema político e aos seus protagonistas. Os regimes
passaram e as críticas assumiram novos contornos ultrapassando mesmo
a vida do seu autor, com o “Povinho” a recriar-se nas mãos de
novos autores e criadores.
Fontes:
Ensina RTP; Infopédia;
wikipedia (imagens)
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