sábado, 21 de maio de 2016

DIDATICA DA HISTÓRIA



1.1.- Como era vista a História, desde a Grécia ao século XX
Heródoto e Tucidedes foram considerados os pais da História
   Ao longo dos tempos, assinalam diferentes fases do conhecimento histórico: em primeiro (1), na Grécia Clássica, ( período responsável pela construção do pensamento racional e pela preocupação em registar a história,  interpretava-se o passado através de mitos, nos quais a intervenção dos Deuses e outros seres sobrenaturais levavam à realidade presente); em segundo (2) - durante a Idade Média, o cristianismo e o mundo árabe também contribuíram. Surgiram então as crónicas, que “são os primeiros documentos de História propriamente dita. O caso de Fernão Lopes é um excelente exemplo” (Proença, 1989, p. 27); em terceiro (3) - no renascimento e iluminismo. A História passou a fundamentar as críticas à sociedade, tendo como exemplo, Erasmo e Montaigne; no século XVII, que trouxe alguns avanços na conceção da história, especialmente em Inglaterra, e recuos, muito por culpa do catolicismo;(no século XVIII), em que a história já não se limita a falar da vida dos reis e das guerras, e adquire também uma função política, exaltando feitos do passado e legitimando as ações do presente, condicionando a objetividade histórica e , em quarto(4), no século XIX, principalmente, na segunda metade, altura em que surgem disciplinas especializadas dentro da histórica, como a História Económica, Política, das Civilizações e, por último (5), no século XX, a sua renovação. A História passa a ser semelhante ao que conhecemos hoje: interessada por todos os campos da atividade humana, interessada tanto pelo passado mais longínquo como pelo tempo presente, documentando-se também com testemunhos orais e relacionando-se intimamente com ciências como a Geografia, Sociologia, Antropologia.


1.2 – A didática da História.
   A didática da História adquiriu o seu estatuto científico através da investigação educacional, “ao fazer depender a resolução dos problemas que se colocam à prática docente da investigação em torno do processo de ensino/aprendizagem de uma determinada matéria” (Proença, 1989, pp. 31-32). É o estudo do processo de ensino e aprendizagem que é a pedra basilar da didática, que se debruça sobre o que ensinar e como ensinar e aprender.


1.3. – O Historiador e o papel do professor de História.
É preciso ensinar História, mas ter em atenção as fontes que se utilizam e como se interpretam. O discurso historiográfio altera-se ao longo dos séculos, devido a condicionalismos políticos, culturais, religiosos ou científicos. É importante que o professor esteja atento à evolução e às mudanças, não só “do pensamento histórico, como também da "produção historiográfica."
Mais do que isso, os docentes devem refletir sobre a sua prática e que para além das “matérias, técnicas, métodos e actividades se preocupem em induzir o «porquê» que lhes é subjacente” (Proença, 1989, p. 32). Cabe ao professor “enquanto organizador e supervisor de situações de aprendizagem” (Proença, 1989, p. 33) entender que o ensino é parte de um processo de transformação no qual os alunos são transformados pela relação pedagógica. Não se deve por de parte o fator humano desta relação em detrimento do conhecimento científico que o professor procura transmitir, devendo ter em conta as particularidades dos alunos, o seu meio social, os seus interesses, pois “também na acção didáctica se reflecte a globalidade das acções humanas que a História busca incessantemente explicar” (Proença, 1989, p. 33). Sendo o professor um mediador da aprendizagem, deve deter conhecimentos científicos e técnicos, mas também uma visão humanista. O ensino da História deve partir de problemas práticos e não de atividades que conduzam à repetição/reprodução  e memorização de conhecimentos, pois o aluno é o centro do processo de ensino/aprendizagem, devendo ir construindo o seu conhecimento (papel ativo) num processo de regulação e autorregulação de aprendizagens significativas.
   A História é multiperspetiva, ou seja, o conhecimento histórico não decorre de um relato fixo e único sobre o passado. O Historiador necessita de cruzar fontes, com perspetivas diferentes, para obter uma “imagem” aproximada do passado. Neste sentido, os alunos devem estar preparados para interpretar e lidar com a pluralidade de perspetivas, tendo em conta que há fontes mais ou menos credíveis e mais ou menos fidedignas e que coexistem contextos e interpretações de produção diferentes. (como é o caso quando falamos das conquistas ou descobertas).

Bibliografia

Cândida Proença, Didáctica da História, Lisboa, Universidade Aberta.

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